Os efeitos da dispersão da atenção na gestão de tempo

Os efeitos da dispersão da atenção na gestão de tempo
10/02/2022

Há quem não vê nenhum problema nisso, mas a sobrecarga de informação é um grande “mal” da atualidade e nos faz perder muito tempo – várias horas do dia – separando o joio do trigo, ou seja, aquilo que realmente vale a pena.

São muitas informações disputando e roubando o nosso tempo, diariamente: redes sociais, mensagens, memes, fake news, sites de streaming, games. Essas informações, initerruptamente, capturam a atenção de pessoas de todas as idades, mas principalmente das mais jovens.

Quanto tempo é perdido checando mensagens, no Whatsapp ou em directs de outras plataformas, assim como seguindo a vida de pessoas (amigos, personalidades públicas, blogueiras etc.), nas redes sociais?

Já sabemos que os brasileiros gastam cerca de três horas e meia, todos os dias, nas redes sociais. Aliás, vários chegam a gastar dez horas na internet e, metade desse tempo, em um telefone celular. E essa situação está crescendo, desenfreadamente.

Há profissionais que precisam entregar um projeto importante, mas se distraem assistindo os vídeos sobre o último acidente, no YouTube, sofrido por cantor famoso. Tem profissional que deseja fazer um curso ou pós-graduação on-line, após o trabalho, mas acaba adiando esse upgrade importante na carreira porque prefere acompanhar a estreia da nova temporada de uma série que venera.

Tudo isso é relevante e pode acarretar prejuízos na gestão de tempo. Podemos citar desde a falta de foco e trabalhos que não são finalizados ou precisam ser refeitos até a diminuição da produtividade e das metas atingidas.

Enfim, na “era da dispersão”, o momento que estamos vivendo, há uma indústria inteira interessada em conquistar nossa atenção e atrapalhando nossa produtividade.

Precisamos nos conscientizar o quanto é perigoso e improdutivo render-se ao hábito de checar mensagens, sempre que chegarem e a qualquer hora. O quanto é desnecessário – e uma grande perda de tempo – bisbilhotar a vida de um monte de pessoas que mal conhecemos, no Instagram e Facebook. O quanto é recomendável deixar para maratonar séries e games em dias de folga ou finais de semana.

Gastar mais de vinte horas por mês, no TikTok (rede social da moda) por exemplo, parece bastante preocupante para mim. São tantas as coisas que as pessoas podem fazer em seu horário ou dia de descanso, quando não precisam se dedicar à atividade profissional e podem se desconectar da internet.

Antigamente, escolheríamos, com prazer, dormir, ler algum livro, fazer uma atividade física, passear com o pet, estar com a família, preparar uma refeição especial, planejar um passeio ou viagem etc.

Mas, definitivamente, a sobrecarga de informação tornou-se um fardo do nosso tempo – batizado de “a era da informação” – e o seu efeito, a dispersão no mundo digital, vem provocando um novo estilo/modo de vida.

Já ouvi comentários do tipo “estar conectado o tempo todo é melhor do que usar drogas”, mas não enxergo assim.  Acredito que quem sente necessidade de estar navegando nas redes sociais, várias horas do dia, também está viciado e está prejudicando sua saúde. Sou do grupo que avalia que aí existe um problema grave e que não podemos ignorar.

Existem pessoas disciplinadas e focadas que usam as ferramentas de comunicação (celular e computador), disponíveis e essenciais no ambiente de trabalho, para realizar apenas as atividades profissionais. Essas evitam se distraírem ou dedicarem atenção e tempo inviáveis a outras atividades. Porém, atualmente, parece que esse comportamento é raro.

Como empresário, percebo que a presença de um celular na mesa dos funcionários pode significar uma ameaça, mais ainda na mesa dos jovens. Principalmente, porque pesquisas mostram que levamos até 20 minutos para retomar a atenção quando somos interrompidos.

Quem também faz esse alerta é James Williams, autor do livro “Liberdade e Resistência na Economia da Atenção” e um ex-estrategista do Google. Williams trabalhou no Google na área de “programação persuasiva” e sua função era criar estratégias de “captura” da atenção das pessoas.

Chegou o momento em que percebeu que ele mesmo estava perdendo o controle de sua atenção. Teve uma carreira de sucesso, na indústria da tecnologia, focado em “fidelizar” usuários, mas descobriu que também havia sido fisgado.

Williams foi estudar em Oxford e tentar decifrar o problema. Segundo ele, “vivemos uma epidemia, em que existe a intenção de capturar aquilo que cada um de nós tem de mais importante: nosso tempo e nossa atenção”.

Trata-se de uma captura voluntária, feita com técnicas sofisticadas de inteligência artificial, uso de cookies, de clickbaits, conteúdos “caça-cliques” (com títulos do tipo “Dez vídeos que vão fazer você se emocionar”) ou coisas do tipo.

O tempo de atenção de cada indivíduo passou a ser extremamente monitorado, tornando-se um produto.  Para Williams, a retomada do controle sobre nossa própria atenção é o “grande desafio da nossa época”.

Enquanto, no passado, a informação foi um bem escasso, a situação hoje se inverteu. A informação se tornou abundante e a atenção, um recurso escasso. Atualmente, acessamos muito mais informação do que precisamos e qualquer bobagem é capaz de conquistar nosso interesse.

Outra transformação também aconteceu em relação a maneira de avaliar a produtividade dos colaboradores. No passado, as atividades e a produção dos funcionários eram vigiadas e rigorosamente mensuradas. Hoje, observa-se os resultados e se as metas foram atingidas.

Antes de terminar as considerações sobre o assunto, quero registrar que esse tema (“Os efeitos da dispersão da atenção na gestão de tempo”) merece mais um texto. Sendo assim, no próximo, daremos continuidade aos problemas causados pela dispersão da atenção e ofereceremos dicas de autodisciplina (ou automonitoramento) para uma melhor gestão de tempo.

Consciente e atento a tudo que foi apresentado aqui, não posso deixar de terminar o texto de hoje, que contém minha grande preocupação com a ausência de foco nas equipes de trabalho, sem indicar as soluções da C&M Executive.

Oferecemos ferramentas diferenciadas e completas, que foram planejadas para atender, de forma plena, eficiente e contínua, empresas de todos os portes e segmentos.

As soluções da C&M são perfeitas e se adaptam bem aos vários ambientes de trabalho atuais, que vivenciam dinâmicas de trabalho presencial, remoto ou híbrido.

Trata-se de uma escolha certeira, revitalizante e produtiva.

Emerson Carrijo
CEO, C&M and Vocom Brasil Group | VP Sales MyHive

• 18 anos de experiência em tecnologia de comunicação
• 12 gestão de vendas e financeira
• Investidor, empreendedor
• Especialista em expansão e capilarização empresarial na América Latina e Ásia.
 Acesse o linkedin de Emerso Carrijo

Categories: Business, Gestão
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